quinta-feira, 14 de outubro de 2010

NEOQTA...

Dor...
O que estou sentindo é a forma mais clara e simples de dor... aquela que você não sabe de onde vem, e que doi em lugares que você nem sabia que existiam, que aperta seu peito como que um milhão de mãos apertando, sufocando, que te deixa sem ar como se com uma pedra presa ao calcanhar mergulhasse no oceano... e mesmo sabendo que não conseguiria respirar, tentasse com toda força sair dali, doem os ossos, doem os músculos, doem as cores e os toques, doem as músicas, as lembranças, as palavras... Dor que dilacera a alma, sem dó... dor que tem a intenção pura de matar o que tenho de mais bonito em mim... Como um paciente otimista, procuro a razão de tanto sofrimento, tento achar qual parte do meu organismo está doente, tento encontrar a lesão quase mortal que me incomoda.... preciso acha-la... mas me viro do avesso, scaneio, fotografo, estudo minunciosamente cada pedacinho de mim e não acho a razão de tanta dor... Coração sangrando, batendo fraco, me mostra que o problema esta ali... guardado, quase escondido... respiração fraca é quase um suspiro... quero dizer mas não consigo... forças, meu corpo ja não tem... choro, uma última lágrima em silêncio... e vejo ir embora a melhor parte de mim...
Ainda estou viva... dormente e imóvel... só não sei se ainda doce... mas viva!

Não sei quando volto...

Um comentário:

  1. Olá Ju,

    Por vezes, no meio de uma Primavera, onde tudo brota, onde tudo cresce tão rápido, onde os cheiros chegam a nos embriegar, vem a força da Natureza impor outros rumos, outros cursos e percursos.

    Implacável, a Natureza altera o rumo das coisas, ou coloca as coisas no seu devido lugar. Só Deus o saberá!

    Mas depois da Tempestade, do vento forte que empurra para longe pedaços de nós, depois das trombas de água que afogam as nossas dores e lavam a nossa alma, vem sempre o bom tempo.

    E com o Verão, podemos secar nossas dores, encontrar outra Luz que nos ilumina o Caminho, encontrar outros Rumos.

    Que mais posso dizer de um texto tão...

    Que voltes tão breve quanto o consigas!

    Que a Luz ilumine teus passos e te oriente na Caminhada.

    Um abraço e até sempre,

    José Gonçalves
    (Guimarães)

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